Há uns tempos fui depositar dinheiro num banco tendo, e, para tal, dirigi-me ao balcão onde para ser atendido por um funcionário, fiquei numa fila com duas pessoas à minha frente cerca de dez minutos. Demora tempo sim mas fi-lo porque da última vez que fui à máquina ela ficou-me com o dinheiro e, por consequência, tive de ir para a fila. De qualquer forma, prefiro ser atendido por uma pessoa do que lidar com robots.
Após o funcionário ter-me atendido tivemos o seguinte diálogo:
Funcionário (F): Sabe que pode ir à máquina
Eu (E): Da última vez que fui à máquina, ela ficou-me com o dinheiro e tive de vir para aqui à mesma:
F: Mas agora já está a funcionar bem, sabe que não tem de ficar na fila
E: Pois, mas o banco tem todo o interesse que as pessoas fiquem na fila
F: Não, claro que o banco não tem interesse nenhum
E: Claro que tem, pois caso contrário punham mais funcionários no atendimento
F: Isso não faz nenhum sentido
E: Claro que faz, o banco tem todo o interesse de as pessoas irem para as máquinas para pagar menos aos funcionários
F: Isso não faz nenhum sentido
E: Claro que faz, o banco tem todo o interesse em baixar custos com o pessoal, pois a sua tarefa pode ser substituida por uma máquina que funciona sempre
(È importante fazer um parêntesis aqui):
É interessante observar como um funcionário de uma instituição bancária, que terá algum nível de instrução, não tem capacidade crítica, conseguindo assim cavar a sua própria sepultura ao sugerir as pessoas para irem para os robots e, acima de tudo consegue ainda assim, defender com unhas e dentes uma instituição que está, nas tintas para a pessoa, pois o banco apenas está interessado no resultado das tarefas realizadas pelo funcionário.
Ou seja, nestas pequenas situações é possível ver como a sociedade anda doente e adormecida num profundo paradoxo pois os funcionários são altamente leais e defendem com unhas e dentes as instituições que não se interessam por eles e há muitas pessoas instruídas que perderam a sua capacidade crítica e que cavam a sua própria sepultura.
Não é a primeira vez que tenho este tipo de conversas com funcionários que fazem atendimento ao público e embora hajam uns que pensam, a massa crítica ainda está do lado dos que preferem fazer o seu próprio buraco.
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