A vergonhosa imprensa portuguesa

Já aqui abordei como a imprensa funciona como ferramenta dos regimes e, mais uma vez constato que, embora a imprensa tenha um poder de alcance bastante alargado, teima em não abordar temas importantes da sociedade.

Um bom exemplo, disso é o Público, jornal oficial do IndieLisboa uma vez que, no festival rodam filmes como temáticas sociais importantes e que a imprensa podia aproveitar e ampliar a difusão da mensagem de forma séria, factual e interessante (veja-se a cobertura que o Bin Laden teve).

Neste sentido, cito a Viagem de Portugal de Sèrgio Tréfaut que aborda a questão da expulsão em aeroportos de imigrantes ou turistas com vistos válidos por prepotência dos responsáveis dos serviços de imigração pois é surpreendente a forma desumana como que seres humanos tratam os seus semelhantes e que, com trabalho jornalístico de qualidade poderia ter um impacto bem mais amplo.

As dietas de Verão

Viento
Originally uploaded by ·júbilo·haku·

Agora que o calor está a apertar, um grande desejo de mostrar as curvas do corpo no belo litoral português invade a alma de muitos portugueses, sobretudo portuguesAs e com razão uma vez que para além da cintura ter vindo a aumentar nos últimos anos, devido à alimentação há também a imagem das actrizes dos filmes americanos, das novelas portuguesas, das revistas de moda e mesmo da publicidade em que mostram bonecas perfeitas incutindo um desejo nos espectadores de terem corpos e figuras semelhantes.

Uma das formas que as pessoas tem recorrido para satisfazer a vontade de terem corpos com medidas regulares, é através de dietas temporárias e do exercício físico intenso que, pelo que tenho visto, tem a sua eficácia limitada uma vez que o ganho de peso ocorreu gradualmente durante um período de tempo longo devido à adopção de estilos de vida pouco saudáveis não apenas de alimentação mas também de exercício.

Daqui resulta que, no fim da dieta o peso vai voltar e o exercício terá tendência para estancar ou seja, uma vez que a situação de ganho de peso decorreu de uma alimentação pouco adequada então será apropriado, alterar esses padrões antigos de forma permanente e não apenas durante um período e o exercício também, adoptando, de preferência por uma actividade que seja agradável e não apenas uma escolha louca para encolher a cintura.

O medo e a sua utilização nas fontes de água em Sintra

O medo é a estratégia predilecta para amedrontar o povo e os serviços municipais de Sintra resolveram utilizar isso mesmo para persuadir as pessoas a deixarem de recorrer às fontes de água pública em Sintra: a fonte Mourisca (na foto) na volta do Duche, a outra fonte, junto aos autocarros e em Almoçageme (talvez hajam outras, mas não passei por lá).

Foto 1 - Fonte à entrada de Almoçageme, Fonte Mourisca (volta do Duche), fonte junto ao Museu do Brinquedo (Sintra)

Esta é uma situação vergonhosa, sobretudo na fonte Mourisca porque sabe-se que muita gente ia lá encher os seus garrafões e, a Cãmara de Sintra, devido à elevada afluência de pessoas, até colocou um painel de forma a que as pessoas limitassem o número de garrafões enchidos. Ora tendo em conta que é conhecido que muitos Sintrenses gostam dessas águas, ao invés de colocar os incompreensíveis “Água não monitorizada”, não seria mais sensato, controlar a água?

Foto 2 - Pormenor dos avisos na fonte Mourisca (volta do Duche, Sintra)

Seria mais sensato sim, se fosse feito um serviço público, um serviço às populações mas aqui, o objectivo é que as pessoas paguem pela água (esse “bem” que é o essencial à vida) e, mais uma vez encham o bolso quem já o tem cheio.


O cúmulo chega a este: O SMAS não controla a água, a edilidade estabelece limites para a recolha de água e o Instituto Ricardo Jorge, no relatório O consumo de água de nascentes naturais (2010) concluiu que:


"a água dos fontanários existentes no concelho de Sintra reveste-se de um elevado risco para a saúde" 


e ainda acrescenta que


"A falta de regulamentação relativa à definição de competências em matéria de gestão e preservação da água de nascentes naturais constitui a principal responsável pela má qualidade destes recursos hídricos"


Vergonhoso!

O problema dos iogurtes de soja das multinacionais

Strawberry Yoghurt
Originally uploaded by juha_photo

Uma conhecida marca francesa de produtos lácteos lançou um iogurte 100% vegetal feito a partir da soja, porque, claro está, concluiu que era financeiramente interessante entrar nesse segmento de mercado o que, devido ao seu tamanho a sua entrada terá peso, quer a nível dos fornecedores quer dos consumidores.

Em breve, esta situação irá fazer com que, a soja OGM seja aceite na Europa para consumo humano (já o é para consumo animal) uma vez que a maioria da soja é produzida fora da Europa e a área de cultivo transgénico tem vindo a aumentar fazendo com que, a soja convencional se cruze com a soja transgénica e depois se torne inviável a existência de culturas convencionais.

Isto é uma estratégia muito inteligente mas que por motivos puramente financeiros, lesa o ambiente de forma colossal e mais do que isso, não é bom para as pessoas e já aconteceu por exemplo na Austrália (ver aqui)

A tugalândia e a hostilidade contra a Finlândia

Flag
Originally uploaded by Janskun saitti

O Portugalnomics, um filme que tenta apontar razões para a Finlândia emprestar o dinheiro tem sido um estrondoso sucesso virtual, sem razão pois baseia-se apenas na (boa) História de Portugal mas, sobre o presente não tem nada que possa valer como argumento e é o que de facto interessa.

Fora esta questão que, mais uma vez contribui para distrair as pessoas, eu continuo-me a perguntar, a quantas pessoas é que de facto esta questão da dívida interessa, dos que se interessam,.quantos chegam a perceber o que isto é, porque é que funciona assim e não de outra forma, o que é isto dos leilões de dívida pública, porque variam tantos os juros o que é este bicho dos mercados, porque não faz sentido estar a dar tanto mediatismo a algo que muito pouca gente entende, ou fará pára as pessoas finalmente começarem a interessar-se por estes assuntos?

Bom talvez até seja bom, para mais pessoas terem mais consciência sobre este (e outros assuntos)

Liberdade de imprensa em Portugal procura-se

Presse Press Presa Patch Sticker Petic Ecuson Emblema Aufnäher
Originally uploaded by romeuroshop

Hoje, dia 3 de Maio, é o dia mundial pela liberdade de imprensa que, é algo que começa a escassear em território nacional porque os inconvenientes ao regime vão sendo cada vez mais depressa afastados, já aconteceu na TVI, com o afastamento da Manuela Moura Guedes e em Fevereiro deste ano com o prof Medina Carreira da SIC notícias.
Assim se a imprensa é apenas mais uma forma de os regimes instaurados manifestarem o seu poder, onde estão os valores da democracia e da liberdade? Existirá de facto democracia em algum lugar?

A democracia é o melhor dos sistemas

Democracy
Originally uploaded by brexians

“O povo votou em Durão Barroso para primeiro-ministro e ele foi para presidente da Comissão Europeia. Votou em Sócrates para primeiro-ministro e ele foi para vice-primeiro-ministro de Ângela Merkel e agora é assessor do FMI. Não admira que a democracia seja o melhor dos sistemas: o poder é exercido pelo povo, e o povo é talvez o único soberano que nunca abusa do seu poder. Mais depressa deixa que abusem dele”

PEREIRA, Ricardo Araújo, Estranha forma de democracia, Visão 946, 21 de Abril de 2011

Obama Bin Laden

Swamp TV.
Originally uploaded by James Good

A televisão não se cansa de promover que Bin Laden foi morto dando um mediatismo ao assunto como espero que a descoberta de uma alternativa ao petróleo venha a ter.

Toda a interminável repetição desta informação faz com que as pessoas de facto não se esqueçam dessa informação e dá uma importância ao assunto que me parece não ter pois, por exemplo no jornal das 19h da Sic Noticias foi, pelo menos, meia hora só para o assunto. É preciso tanto? É preciso dar honras de abertura ao assunto? Será que Portugal apenas imita os jornais norte-americanos? Mais: que diferença é que isso faz a Portugal (e faz assim tanta ao resto do mundo?)

Estará o mundo mais seguro? O tráfico de armas desapareceu? As armas nucleares desapareceram? A produção de armamento acabou? Será esta notícia apenas uma tentativa de justificar o dinheiro investido no Afeganistão e ter deixado o país miserável como está hoje e dar alento às famílias americanas e dos outros países que perderam os entes queridos numa batalha que se prolonga há dez anos?

Porque morreu a agricultura em Portugal

WHEAT
Originally uploaded by Hosein Hajiabadi

“Helena Cavaco, engenheira agrícola, explica que “foi implementado o ‘set-aside’, uma directiva política que obriga o agricultor a deixar 10 hectares por semear, em cada 100 semeados” – 1 hectare equivale à área de um campo de futebol. Mais tarde, no âmbito da Política Agrícola Comum da União Europeia, adopta-se o “Regime de Pagamento Único (RPU) que significa que os agricultores recebem um subsídio caso cumpram determinados requisitos, apesar de não produzirem”. Estas medidas atingiram o alvo e, em todos os países da UE, observa-se uma redução da área semeada e, consequentemente, da quantidade de cereal produzida.”

PALMA, Catarina Costa, Os Cereais em Portugal, CAIS 161 Março/Abril 2011

Locais para prática de Yoga em Lisboa

O Yoga é uma prática que tem despertado um interesse cada vez maior no mundo ocidental, como uma ferramenta anti-stress que, apoiada nas asanas (as posturas), nos pranayamas (exercícios de respiração), em kryas (técnicas muito poderosas de limpeza interna) em variadas técnicas de meditação e outras de relaxamento ajuda nesse sentido. 

Esta procura sugere-me que, uma vez que já há um bem-estar material razoável nos dias que correm, procura-se explorar as faculdades mais subtis do ser humano e, entre outras técnicas, tal é encontrado de alguma forma na prática do yoga.

Tendo em conta isto, e que existem cada vez mais diferentes escolas em Lisboa para satisfazer todos gostos, desde o mais meditativo, passando pelo filosófico e despertando o físico, deixo em baixo um mapa do Google com as escolas presentes no centro de Lisboa. 

De fora ficaram os ginásios e as cadeias de yoga.

Ver Escolas de yoga em Lisboa num mapa maior

Cozinhar com Maria T é cozinhar com flexibilidade

Bamboo
Originally uploaded by danishcook

Mais uma vez, tive o privilégio de participar num fim-de-semana, no Instituto Macrobiótico de Portugal mas, desta vez com Maria T

A lição que, mais vibrou comigo foi a flexibilidade que Maria T encontrou na macrobiótica uma vez que, devido ao estado de saúde debilitante que apresentava na altura, não queria largar os fármacos.

Na macrobiótica encontrou isso mesmo, pois ninguém lhe disse para largar a medicação começando assim, a modificar a sua alimentação a qual, aos poucos contribuiu para melhorar a sua qualidade de vida e aos poucos foi reduzindo a medicação.
Actualmente não sei se ainda recorre a fármacos algo que, não me parece relevante para o caso pois o que pretendo frisar é que a macrobiótica não é uma filosofia que nega a existência das coisas mas sim que as integra como um todo proporcionando, com frequência uma perspectiva diferente sobre a vida.

Para ser escravo...

Mudar de hábitos – o que o capitalismo nos ensina

mupi ciência viva by strat
Originally uploaded by ptFOLIO

Mudar de hábitos não tem nada de fácil e, à medida que o retorno da aquisição de anos de vida se vai transformando em sabedoria, a mudança de hábitos não se torna mais fácil.
Uma forma de contornar isto é utilizar uma ferramenta muito eficaz que o capitalismo utiliza para que os consumidores adquiram bens materiais – a publicidade, cada vez mais apelativa, com que os consumidores são bombardeados a toda a hora.

Ou seja crie você a sua própria publicidade para mudar de hábitos e bombardeie-se com a mesma, seja criativo e inove ou seja, faça posters apelativos e ponha no seu desktop, no seu telemóvel, na parede do quarto, na cozinha, no carro, na carteira e na secretária do escritório.
E tenha paciência, a mensagem irá entrar na sua cabeça, da mesma forma que a publicidade de massa nos lembra gentilmente que temos de ir ao cinema e precisamos de comer um alimento processado ou ir ao fast-food sem ser intrusiva.

Desafie-se, estudando com sentido crítico a publicidade à sua volta, no jornal, nos mupis, nos outdoors, nas mensagens da rádio e da televisão e nos supermercados.

Cozinhar com Geninha Varatojo é cozinhar com amor

Macrobiotic bento...
Originally uploaded by A Culinary (Photo) Journal

Tive o privilégio de participar num fim-de-semana, no Instituto Macrobiótico de Portugal, com a Geninha Varatojo e retirei de lá ensinamentos que aos poucos vão transformando a minha forma de cozinhar e de encarar a macrobiótica.

As lições que, vibraram mais comigo foram
. Não bater com a colher na panela, pois isso perturba a harmonia que cozinha dentro da panela
. Ao colocar água adicional no cozinhado, deve-se ter atenção em colocar a água pelos bordos de forma a manter a harmonia que está a ser cozinhada
. Adicionar os alimentos dentro da panela com cuidado ao invés de simplesmente os atirar lá para dentro
. Quando for necessário utilizar a varinha mágica, cantar e ter uma atitude especialmente positiva aquando da utilização da mesma.

E claro que houveram outras aprendizagens mas estas para mim, foram as mais importantes pois cozinhar com a Geninha é, essencialmente, cozinhar com Amor!

A fiscalização dos comboios

A fiscalização dos comboios portugueses sempre foi uma belíssima trampa uma vez que, anteriormente tínhamos apenas um revisor que começava numa ponta de comboio e ia até ao fim e, agora juntamente com os sistemas electrónicos juntaram as brigadas de fiscalização.

Ora as brigadas de fiscalização são mais eficazes em termos de persuasão sem dúvida alguma e deveria ser algo que já teria sido implementado há muitos anos no intuito de dissuadir os utilizadores fraudulentos.

As máquinas de validação são uma aberração porque
1. a maioria das pessoas paga bilhete e os utilizadores fraudulentos, basta colarem-se a alguém que passam na mesma sem bilhete e, as perdas que provocam são inferiores ao investimento necessário à automatização da validação
2. os cartões recarregáveis, para utilizadores ocasionais, são válidos por apenas um ano, sendo posteriormente descartados e incompatíveis com outros transportes
3. o contacto dos cartões com as máquinas nem sempre funciona bem o que, só provoca dores de cabeça
4. as máquinas de venda destes bilhetes são completamente disfuncionais. Como é que um invisual tira um bilhete? E as pessoas que não sabem ler, não podem andar de transportes? Para quê um manual de instruções para tirar um bilhete? Não devia o sistema ter sido concebido de tal forma que a pessoa, não familiarizada conseguisse tirar um bilhete com facilidade?

Por fim, quem ganha com isto?
O cliente não é de certeza, pois o sistema é uma perda de tempo, não promove a segurança e é gerador de stress mas os privados, como a Siemens ganham muito papel porque para além da implementação do sistema ficam também com a manutenção sendo ainda um investimento co-financiado pela União Europeia.

Ao invés deste tipo de investimento, o dinheiro bem que podia ser canalizado para introduzir melhorias na linha bem como no material circulante (leia-se carruagens) e ainda no reforço das brigadas nomeadamente na sua rotação ou seja, não serem sempre as mesmas pessoas e na sua formação para lidarem melhor com os clientes.