domingo, março 28, 2010

O homem deve ser como uma espada

O homem deve ser como uma espada, o seu corpo deve ser como a bainha. Um dia chegará a morrer e a alma deve sair do corpo cantando, luminosa como a lâmina de uma espada. E então a bainha ficará vazia e inútil, e será deitada à terra; mas a espada, o pedaço de luz das estrelas que ficou aprisionada na terra, voltará às estrelas
No O Reino da Massa, Stjepan Palajsa

domingo, março 14, 2010

OGM fora!


french fries
Originally uploaded by boonkit
Em Novembro, já aqui tinha feito uma primeira abordagem aos transgénicos, só que, desde então, já o assunto de desenvolveu com contornos preocupantes.

Primeiro, o actual Ministro da Agricultura, António Serrano, já se mostrou favorável à introdução (1) dos OGM em Portugal, se bem que, na verdade estas matérias são decididas pela União Europeia e portanto os países por si acabam, por não ter poder sobre as decisões no seu próprio território (estranho? sim? Não, não me enganei).

Segundo, o Ministro da Agricultura, não percebe nada de Agricultura, a sua formação é Gestão, sendo docente da área na Universidade de Évora (2) e fora da universidade foi chairman no Hospital de Évora (3). Que tipo de perfis é que são colocados em cargos públicos, e com que objectivo?

Terceiro, na imprensa internacional, no inicio de Janeiro, no Times e Telegraph saíram três notícias a apoiar os OGM, sem qualquer argumento contra.

08 Janeiro – Telegraph 'Climate change resistant crops' move nearer after gene breakthrough

11 Janeiro – Telegraph GM crops to be planted in Britain again this year

13 Janeiro – Times Organic farmers must embrace GM crops if we are to feed the world, says scientist

Quarto, uma variedade de batata transgénica já foi aprovada para cultivo na Europa (4)

Quinto, nos EUA, já começou a ocorrer a manipulação do preço das sementes, conforme noticiado no New York Times (5). O problema da manipulação do preço das sementes é um assunto que já teve efeitos na Índia, como Vendana Shiva, líder do movimento indiano Navdanya, explica neste artigo. Isto significa que, gradualmente, o controlo do plantio dos alimentos, que actualmente está disperso por milhares de agricultores, vai ficando concentrado nas mãos de poucos, dando especial ênfase à Monsanto, Cargill, Syngenta, BASF e Bayer.

Por fim, não é de esquecer que os ganhos de produtividade decorrente dos cultivos transgénicos são uma falácia (6) e que a segurança para as pessoas e para o ambiente não pode ser aferida de forma independente pois os estudos que são feitos sobre estas culturas tem sempre de ser aprovados pelas multinacionais que facultam as sementes para os estudos (7), não sendo assim de estranhar que os estudos sejam sempre favoráveis. Atente-se ainda que a influência das multinacionais sobre estudos científicos revistos não se esgota na área da alimentação, pois há bem pouco tempo no New York Times foi publicado um artigo sobre a influência da indústria na área dos farmacêuticos

domingo, março 07, 2010

Uma sessão de Bootcamp Portugal


My Version of Exercise
Originally uploaded by ErinsWorld
Tic, tac, tic, tac, domingo são 07:50. Acordo com o relógio a gritar:
– Triiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiim – berra ele até eu o acalmar
– Está frio – avisa-me o meu corpo
– Sim, eu sei mas tens de te levantar, hoje há Bootcamp, vá upa diz a minha mente. Levanto-me.
– Bolas, está mesmo frio – queixa-se a mente – mas tem de ser, tem de ser.
Agora, no carro as mãos congelam e o stress aumenta, pois não quero chegar atrasado à aula, invariavelmente rodeada de árvores que pintam a paisagem de verde e castanho e pelos jogadores de futebol que ainda foram mais agraciados que eu, pelo frio matinal.
Quando estaciono o carro, já lá está o instrutor a preparar o terreno com pinos cor de laranja a destoar a relva verdejante e com a corda que eu tive o prazer de conhecer no primeiro treino.
Saio do carro e vejo mais um bootcamper: o Martins que já lá está desde o inicio, seguido do Martins Jr.
– Bom dia – diz o Tomé, e vê-se o Luís a chegar, mesmo à hora que o relógio silenciosamente diz serem 9:00 – vamos começar.
– Hoje, vamos correr?
– Não, hoje ficamos por aqui.
Gelados pelas baixas temperaturas que se fazem sentir dias antes do Carnaval, começa mais um treino de Bootcamp, no Parque Urbano do Jamor.

– Vá, mãos nos bolsos – mãos nos bolsos? Pergunto-me eu, afinal, isto hoje até está bonito – para a frente, e para trás – bom, isto hoje até começa calminho, muito calminho.
Tomé, é um dos instrutores de Bootcamp, o primeiro que conheci, e está actualmente no activo, na Marinha portuguesa. Já se dedicou à fotografia, sobretudo a focar insectos e já esteve em missão em Timor. Aqui nas aulas de Bootcamp, uma das marcas com que fiquei da primeira aula foi que ele gosta muito de dois números: o um e o sete. Não sabia é que ele gosta também de outros números como o zero mas, sobretudo ele aprecia é ouvir-nos contar, a contar a partir do zero claro. Nesta aula, estava eu prestes a descobrir por um lado, que por mais concentrado que o instrutor esteja, às vezes engana-se na contagem e volta ao início, por outro que ele também gosta de outros números como o um e o dois.
- Posição um, cá em cima, posição dois, posição da prancha, entendido?
De assobio na mão lá vamos nós alternando ao som do apito do um para o dois, do dois para o um mas o frio, esse amigo, continua à nossa volta a gelar os nossos tendões e, eu penso em cobertores e que sou louco. Não só eu mas também os meus colegas por largarmos a cama antes das nove da manhã, para nos virmos matar nesta modalidade, ainda recente em Portugal, instruída por activos das Forças Armadas portuguesas.

Suicídio é o próximo exercício: quatro pinos laranjas, a destoar o relvado verde, alinham-se espaçadamente à nossa frente, o parceiro da frente corre até ao primeiro, passa a vez, eu vou até ao segundo, ele até ao terceiro, eu até ao quarto e depois ele terceiro, eu segundo, ele primeiro. Troca. Agora a dianteira é minha – não que isto torne o suicídio mais fácil mas o frio, deixou de me atormentar e a história repete-se. De seguida fazemos o mesmo, em bicos de pé, mas ficamos do outro lado e, como prova de que aprendemos o exercício, fazemos o mesmo, repetindo ainda alternando com flexões, repetimos ao pé coxinho, com saltos de pés juntos – no qual o Martins Jr, parece uma gazela – e eu, enquanto espero pelo meu parceiro ponho a língua de fora. Sim, tal como os cães, na esperança que me ajude a aliviar o cansaço não que funcione mas está mais perto daquilo que o instrutor da semana passada disse sobre o Bootcamp: isto não é para ficar com a língua de fora, é para ficar sem ela!

Pensei eu que, porventura, já estaríamos a meio mas não, óbvio que não então a corda tinha cá vindo hoje fazer o quê? Se era para apanhar frio, mas valia ter ficado enrolada a descansar, como as cobras. Pegámos na corda, de braços esticados e agachamos uma vez, duas vezes, …, vinte vezes. Agora, ainda de braços esticados, levamos a corda para cima e para o centro. O número de vezes repete-se. De braços novamente esticados à nossa frente, o instrutor diz:
– Larguem a corda – e nós assim o fazemos, deixando os braços cair também – braços para cima, agachem um pouco, posição um. Posição dois, prancha, posição três, deitados no chão com as pernas dobradas e pescoço erguido.
Neste exercício, para além da alternância sobretudo entre a posição um e dois, o Tomé voltou a revelar a sua preferência pelo zero, que consistia em nos aproximarmos do chão e que por vezes, quando se enganava na contagem, voltava tudo ao inicio. O zero, neste exercício significava aproximação ao chão. Na posição da prancha resultava em flexões de braços, na posição um, em agachamentos. Isto posto assim, dá um ar muito misterioso à coisa, pois a contagem chegou a ser assim: zero, um dois, zero, zero, zero, um, zero e em algum ponto tornou-se numa contagem contínua.
A seguir a este, rentes à corda, a perna dobra lá à frente, a outra lá atrás.
– A de trás fica a quatro dedos do chão – aproxima-se o instrutor, coloca quatro dedos entre o chão e o meu joelho e eu vejo que estou a doze! O som do apito ecoa pelos nossos ouvidos e vamos alternando ora é a perna esquerda, ora a direita, com mais ou menos rapidez. Sim, é extenuante.
Quando este exercício acaba, reunimo-nos em círculo. O Tomé põe a corda às nossas costas e sugere 200 agachamentos em séries de vinte, contados por nós e lá começamos: zero, um, dois, três, …, vinte.
– Ok está bom. Faltam 180. Dez, nove, oito, sete, …, três, dois, um, recomeça.
– Zero, um, dois – contamos nós, até ao vinte.

Quando faltam duas séries de vinte, o Tomé, após ter andado à nossa volta a ver se estávamos a simular agachamentos ou fazê-los efectivamente, diz amigavelmente:
- Já só faltam duas séries, para acabar a primeira série de duzentos, são três.
É verdade, três vezes duzentos resultaram em seiscentos agachamentos, as séries de vinte cresceram para vinte e cinco e, as de vinte e cinco, para cinquenta. As pernas doeram, o suor na testa do Martins Jr, congelou e, no meu bigode, o suor parecia o orvalho que se forma na cutícula verdejante das folhas das plantas, que era para onde eu olhava para obter mais alguma energia para acabar os agachamentos.
A seguir, o treino estava prestes a terminar, seguiram-se uns alongamentos e um relaxamento, após os quais o Tomé olhou para o relógio e nos deu sete escassos segundos para trazer o material e nos informou que chegáramos cinco segundos depois. Essa eternidade, terminou em flexões, com as mãos e, também com os punhos.
– Se tiverem dores? Aguentem-se!

Mais: Site oficial Pagina do Facebook

sexta-feira, março 05, 2010

Erros no prato


Boiling okra
Originally uploaded by Lalitree
“Eu sai do meu coma alimentar há quatro anos. Por mais tempo, do que aquele que eu quero admitir, eu estava a ser uma vegetariana inconsciente, subsistindo quase exclusivamente em legumes congelados e produtos que imitam a carne.”

Natalya Podgorny, editora da revista Yoga+, Spring 2010

domingo, fevereiro 21, 2010

Animais, rua!

Prioridade número um, o bem-estar do ser humano.
Prioridade número dois: o bem-estar dos animais.

Fora dos laboratórios.
Os dados da experimentação científica devem ser cuidadosamente extrapolados para os humanos. Nós somos marcadamente diferentes dos animais e há formas artificiais mais próximas de replicar as condições humanas do que os animais de laboratório.
http://www.pcrm.org/resch/anexp/

Fora dos circos.
A arte humana, a expressão das qualidades finas do ser humano é demasiado bela para continuar encoberta pela brutalidade dos animais circenses. Os animais, no meio selvagem, também fazem acrobacias por lazer, não por obrigação.

Fora do prato.
Pelos benefícios que trás à saúde, pelos benefícios que trás ao meio ambiente, para alimentar a população mundial e os que ainda querem vir, para passar o planeta em óptimas condições para as gerações vindouras.

sábado, fevereiro 20, 2010

Rubis de sangue - 1 ano depois

No ano passado escrevi aqui, um pequeno apontamento sobre os rubis de sangue cuja situação continua por resolver. Sim, é verdade que são poucas as pessoas que sabem desta situação gravíssima, razões que possivelmente poderei vir a abordar num post posterior mas, este post serve para promover, mais uma vez, o fantástico trabalho da FreeRangeStudios (em inglês)




sábado, fevereiro 13, 2010

Progresso no Yoga


Sirsasana
Originally uploaded by YogaLifeScience.com
O progresso no yoga não é medido pela flexibilidade adquirida mas pela atitude desenvolvida com a prática.

domingo, fevereiro 07, 2010

Sorrindo


smile
Originally uploaded by sn0w_white[uae]
E o que acontece depois? Quando estás tão feliz e sorris de tal forma que o teu sorriso se torna tão grande que extravasa a tua face?

Bom, um sorriso assim tão sincero, gentilmente solta as doces lágrimas da felicidade, as quais, alegremente, fluem no teu semblante, intensificado o brilho da felicidade na tua face.

domingo, janeiro 24, 2010

Literatura Portuguesa


Literature
Originally uploaded by *ian*
Sentando no calor do comboio suburbano português, vejo trabalhadores a ocuparem os lugares anteriormente preenchidos de ar, após uma extensa jornada de trabalho. É a serenidade deste transporte que nos trará de regresso aos nossos lares, para próximos daqueles que se preocupam connosco e, também para nos trará para mais perto de nós mesmos.
De entre todos os transeuntes vejo, à minha frente, o sorriso de uma bonita e famosa senhora portuguesa com um filho nos braços impressas na capa de uma revista. Na contracapa, vejo uma pulseira a qual poderia, elegantemente, decorar o pulso de uma senhora. Esta revista, recheada de novidades sobre celebridades é lida com atenção por uma senhora de meia-idade que segura a revista nas suas mãos, coberta por um sobretudo castanho e uns olhos que lhe oferecem um ar intelectual. À minha esquerda uma jovem rapariga lê uma revista sobre telenovelas e partilha com a sua colega, que se senta de fronte, o participante de um famoso programa musical.

domingo, janeiro 17, 2010

Feriados


Hasta-mañana
Originally uploaded by Jose Barcelo
Portugal tem duas épocas de férias: no Verão, para os Portugueses desfrutarem da estação mais quente e solarenga do ano bem como das suas praias e, no Inverno, aproveitando o Natal e o Ano Novo pois os Portugueses desfrutam desta época junto das suas famílias em sítios remotamente distantes da capital Portuguesa que é onde se situa a força laboral do país. Em Lisboa, este fenómeno é facilmente visto através dos Transportes Públicos pois há um corte brusco na sua utilização em ambas as épocas.
Para além das férias anuais, os feriados oficiais, permitem que o trabalhador típico desfrute de descanso mais prolongado e, inclusive, em alguns casos quando os feriados estão junto de fins-de-semana, as pessoas aproveitam para passar este tempo extra junto da família. Assim a pessoa descansa e reenergiza-se completamente e ainda consegue motivação extra, pois a união familiar dá muita alegria e energia.
Este pequeno país da Europa Ocidental tem catorze feriados oficiais, os quais são considerados excessivos pela Associação Empresarial Portuguesa (AEP). No entanto, o problema Português não assenta no excesso de feriados oficias, a economia Portuguesa não tem industrias fortes e estruturantes, não explora os seus potenciais e recursos de forma a alimentar o seu crescimento, é uma economia baseada em serviços e, a melhor medida que a AEP se lembra é reduzir os feriados oficiais ao invés de promover a exploração das vantagens competitivas do país.

quarta-feira, janeiro 13, 2010

Escrituras base do Yoga


Matsyasana
Originally uploaded by bananajagal
Em baixo deixo alguns links daqueles que são considerados os textos base da prática do Yoga a qual é um, de seis, ponto de vista filosófico sobre a vida.

Os outros cinco são Nyaya, Vaisheshika, Purva Mimansa, Vedanta e Samkhya que todos em conjunto com o Yoga constituem o essencial da filosofia Hindu.

Gheranda Samhita Versão Inglesa HTML | Versão Portuguesa HTML

Shiva Samhita Versão Inglesa PDF

Hatha Yoga Pradipika Versão Inglesa HTML

Yoga Sutras - Pantajali Versão Inglesa HTML

Bhagavad Giita Versão Inglesa HTML

domingo, janeiro 10, 2010

Para sua segurança...


Watching you
Originally uploaded by Amendoas
Este veículo, este local, este espaço está a ser vigiado por um circuito fechado de televisão para gravação de imagens. Esta, é uma informação recorrente em inúmeros espaços públicos que, na verdade são anúncios com publicidade enganosa e na prática, não promovem verdadeiramente a segurança.
Quando o espaço privado de uma pessoa em espaços públicos, é violado, seja através do furto, agressão física, sexual ou outros, será sempre muito complicado aceder às gravações para fazer qualquer tipo de prova pois é necessário um rol de aprovações muito extenso.
No entanto, estes sistemas, conhecidos por circuitos fechados de televisão (CCTV), continuam a ser instalados de forma massiva pelo mundo fora, dando às pessoas uma sensação confortável, mas inexistente, de segurança. Mas, qual é a verdadeira utilidade dos mesmos?

Nota: A Wikipédia, tem algumas referências relativas a ineficácia destes sistemas. http://en.wikipedia.org/wiki/Closed-circuit_television

domingo, janeiro 03, 2010

O Amado Especialista

O Amado Especialista é um personagem muito proeminente na nossa sociedade que, com todo o respeito, também pode ser chamado de Deus e, desta forma, nós vivemos numa sociedade politeísta porque todos acreditam em diferentes Deuses. No entanto as crenças religiosas serão deixadas de lado nesta discussão. Existe um Amado Especialista para tudo, temos o Amado Especialista de Alta tecnologia para questões relacionadas com problemas no computador, temos o Amado Especialista Médico, que nos cura de todos os nossos males, temos o Amado Especialista de Fitness, que cuida da nossa saúde física, temos o Amado Especialista para as Crianças, que nos diz como cuidar das nossas crianças e garantir o seu crescimento saudável, físico e intelectual e há muitos mais.
Primeiro, há uma questão muito importante para resolver que é nós, na verdade não temos que cuidar de nada, nem assumir responsabilidades, pois enquanto houver dinheiro, podemos pagar pelos serviços de qualquer Amado Especialista.
Em segundo lugar tenciono concentrar-me num Amado Especialista particular, o Amado Especialista Financeiro (AEF).

Este personagem é visto como o Deus dos Deuses, primeiro porque o dinheiro é uma questão muito importante nos dias de hoje e segundo, tendemos a acreditar que não entendemos nada de finanças.
Embora a importância do dinheiro possa vir a ser abordada num post futuro, tenho de admitir que, na verdade, a maioria de nós, não entende nada de finanças, porque as Finanças, são na verdade, uma questão complexa. No entanto, todos nós temos a capacidade de aprender e as noções básicas deste assunto revestem uma importância tremenda no dia-a-dia, porque o capital tem um papel crucial nas nossas vidas. Este passo, permitirá diminuir a dependência do AEF, através da utilização de nossa própria racionalidade e tomarmos as nossas próprias decisões. Este conhecimento irá fazer, com que não sejamos enganados com soluções complexas e atraentes de investimento propostas pelos AEF.
Por fim tornará irá tornar melhor, o processo de decisão sobre a aplicação de dinheiro para poupança, o uso cauteloso de crédito e, finalmente, também torna possível entender a importância dos mercados de capitais.

Tu tens tempo, tens a possibilidade, para não depender tanto dos outros, para te tornares conhecedor, para poderes tomar as tuas próprias decisões, porque tens a capacidade de aprender e pensar por ti próprio e aí sim, serás capaz de pedir a orientação a um Amado Especialista sem ser enganado.

sábado, novembro 28, 2009

Alimentos modificados


Triple Wheat.
Originally uploaded by BamaWester
O debate sobre os organismos geneticamente modificados (OGM) ultrapassam a barreira das questões de saúde, embora Pusztai (1999) tenha publicado um estudo que realça problemas com batatas OGM, esta questão não será aqui abordada.

Há duas questões importantes sobre estes organismos: a redução da biodiversidade e o controlo de sementes. A redução da biodiversidade é um assunto que resulta do facto de as culturas serem cada vez mais de apenas uma espécie, por exemplo o milho mais cultivado no mundo é o zea mays, as espécies de trigo mais cultivadas no mundo são o tricum aestivum e o tricum durum. Esta monodiversidade torna as plantas mais susceptíveis a pestes, doenças e pequenas variações das condições ambientais pois elas são todas iguais e portanto se uma morre, todas morrem. Se houvessem diferentes espécies presentes numa determinada área e algumas morressem, aquelas que tivessem mais aptas iriam sobreviver e reproduzirem-se.

O controlo das sementes é um outro assunto muito importante que se levanta nesta abordagem. A modificação sementes requer investimentos substanciais em I&D e quando as sementes estão prontas a ir para o mercado são patenteadas, tornando-se propriedade das empresas de biotecnologia. Tradicionalmente os agricultores guardam as sementes de uma colheita para a outra mas, devido à propriedade intelectual inerente às sementes transgénicas, os agricultores não podem guardar as sementes para a próxima colheita e têm de as comprar às empresas proprietárias.

Assim, os dois assuntos importantes aqui abordados foram a redução da biodiversidade que torna as plantas mais susceptíveis às condições ambientais e a questão do controlo de sementes que torna as empresas de biotecnologia, os bancos de sementes, tornando os agricultores e nós dependentes deles.

Referência:
Pusztai, A; Ewen, S W B; (1999), Effect of diets containing genetically modified Galanthus nivalis lectin on rat small intestine, Lancet 354, 1353-1354

sábado, novembro 21, 2009

Substitutos da carne

Uma caneta pode, de certa forma substituir um lápis, um chinelo, de certa forma, pode substituir um sapato mas na verdade não são substitutos. Quando um não vegetariano se depara com um vegetariano a questão dos substitutos da carne e do peixe acaba sempre por surgir. Contudo, na minha perspectiva, nada pode verdadeiramente substituir o valor nutricional da carne nem o seu papel em pratos tradicionais. As dietas omnívoras são marcadamente diferentes das dietas vegetarianas e há outras fontes das quais os vegetarianos podem obter as suas proteínas.

A questão do substituto nem se quer devia ser levantada, não se deve simplesmente substituir um hambúrguer, por um hambúrguer vegetariano e adoptar uma dieta de substituição. Eu defendo que os vegetarianos devem procurar variar a sua dieta e explorar a diversidade da cozinha vegetariana em vez de se cingirem á procura dos substitutos. É a diversidade que fará as refeições mais deliciosas e, se os não vegetarianos se juntarem a esta aventura da diversidade, a estes também a variedade lhes trará imensos benefícios. É esta a diversidade que fará com ambos os grupos se mantenham afastados de deficiências nutricionais.