sexta-feira, janeiro 28, 2011

A utopia da pirâmide do bem-estar

Na revista Única de 21 Janeiro 2011, saiu um artigo sobre a pirâmide do bem-estar proposta, no âmbito do programa NUSA, pela Fundación Española del Aparato Digestivo que, como facilmente se apercebe através da leitura do artigo é uma pirâmide que, salvo raras excepções, não se pode aplicar à sociedade actual e, da forma como a sociedade caminha, a pirâmidade nem poderá receber o estatuto de "a atingir".

Sobre a água, que é base da pirâmide, já aqui escrevi à qual se segue um rol de utopias para o chamado estilo de vida "moderno".

No primeiro degrau aconselha-se a andar no mínimo trinta minutos diários só que, na sociedade em que o tempo escasseia e em que os humanos trabalham com um horário semelhante ao das máquinas, onde está o tempo para fazer isso?

Sobe-se mais um degrau e encontra-se: fazer exercício físico, o qual padece do mesmo problema do tempo e acrescente-se que, nas culturas de salários baixos, onde estão os tostões para pagar as fortunas dos ginásios?

No degrau seguinte, reservam-se 10 a 15 minutos depois de comer para ir à casa de banho... pois... Quando os intestinos funcionam bem, não é preciso estar à espera no trono e, se não funcionam bem, é porque é aconselhável mudar alguns hábitos os quais não passam por ficar 15 minutos na casa de banho após as refeições.
Para além desta reserva de tempo ainda se encontra fazer dieta de forma regular, para gerir o peso. Eu tinha a ideia que manter uma alimentação equilibrada, era mais prudente do que fazer dieta de forma regular mas talvez esteja na altura de mudar de ideias.

Por fim, no topo da pirâmide, encontra-se nunca ao stress e ao excesso de gorduras e eu pergunto se não é mais produtivo taxar a publicidade aos alimentos gordurosos e aplicá-los na promoção de outro tipo de alimentos do que andar com afirmações demagógicas e a outra, nunca ao stress... considero não haver necessidade de tecer comentários.

Ou seja dinheiros investidos para chegar à pirâmide do bem-estar que não são aplicáveis à sociedade moderna e não acrescenta nada de novo ao conhecimento já existente o qual, muita gente já tem consciência. Pergunto então se não teria sido mais racional aplicar esse dinheiro em outras investigações mais úteis, nomeadamente como reduzir a duração da jornada laboral para que as pessoas possam dedicar mais tempos a serem pessoas em vez de serem máquinas.

Nota de imprensa

quarta-feira, janeiro 26, 2011

Subsidio-dependencia


Sleeping
Originally uploaded by Daria Angeli
"A subsidio-dependencia não é outra coisa senão a forma encontrada pelas sociedades modernas de conterem as sementes do mal que a pobreza e exclusão germinam, mantendo essas populações no nível de ignorância necessário para que a revolta latente, paulatinamente seja esvaziada e adormecida."

Rui Santos na Cais de Janeiro 2011

terça-feira, janeiro 25, 2011

Sobre o preço da gasolina


Tanke
Originally uploaded by Stefan's Page
"O preço dos combustíveis reflete o preço do barril do petróleo. É o que nos dizem há anos. Mas os números mostram outra coisa: quando o petróleo sobe os combustíveis sobrem, quando desce... nada."

in Expresso, 21 de Janeiro 2011

domingo, janeiro 23, 2011

Sinto que com a prática


Sirsasana
Originally uploaded by YogaLifeScience.com
alguma paciência, persistência e disciplina vou sentindo o efeito da prática dos asanas, aqueles que me fazem torcer a espinha para a frente, a espinha para trás, a espinha para a esquerda, a espinha para direita e sinto que algo mexe cá dentro, nos órgãos internos.

E sinto também que há algumas, em específico que ajudam a descomprimir tensões acumuladas e que aqui não pertencem

terça-feira, janeiro 18, 2011

Sacos de plástico


Coimbra, Portugal
Originally uploaded by serainica.
Num domingo fui a um Pingo Doce e o colaborador da caixa estava a passar os produtos no "peep, peep" e eu reparei que não haviam sacos "à mão de semear". Como tinha comprado algumas coisas que não dava para levar na mão de uma só vez estava a ver se o homem me dispunha dos sacos, pois por vezes os sacos acabam e o caixa dá-nos uns quantos sacos para nós nos servirmos. Bom, nisto o colaborador do Pingo Doce pergunta-me:
- Quer sacos? - e eu respondi que sim. Incrédulo, vi o funcionário a sacar do saco e a passar no "peep, peep" €0.02 por um saco!

Acho bem, que se pague pelos sacos de plástico. Talvez recorrendo a esta “terapia de choque”, as pessoas comecem a reutilizar os sacos e/ou a optar por alternativas mais ecológicas.

Do ponto de vista do supermercado, não os vejo a tomar esta iniciativa pelo ambiente, mas sim como mais uma forma de aumentar os seus ganhos. Sim não penses que os supermercados arranjam os sacos de borla! Os supermercados pagam pelos sacos!
O Pingo Doce deve ter chegado à conclusão que o retorno que obtinha por oferecer os poluentes sacos não era satisfatório. Os sacos não são isentos de retorno, ia lá estampado alguma alusão ao supermercado. O nome do supermercado acaba por ficar nas nossas cabeças e eventualmente nós que olhamos para os sacos acabaríamos por ir ao supermercado. Sendo assim, este é o retorno pela oferta dos sacos, visto que as pessoas não vão ao supermercado para passear, vão lá para gastar dinheiro.
Desta forma, o Pingo Doce chegou à conclusão que o dinheiro que investia na promoção através dos sacos não trazia um retorno (clientes a passear) significativo. Portanto para tornar este “produto” rentável, começou a vender sacos!

domingo, janeiro 16, 2011

Publicidade gratuita nos media


oil pump.jpg
Originally uploaded by jjay69
Uma das funções que os media têm, é de fazerem publicidade gratuita para lá da publicidade corporativa a produtos e serviços que é paga pelas empresas promovendo carros, seguros entre outros.
Deste modo, faz-se publicidade aos mais diversos tipos de acontecimentos, passando por catástrofes, regimes de governação, sistemas políticos, publicações científicas, desporto, produtos entre muitos outros. Por exemplo através do WikiLeaks soube-se que, em Setembro de 2008 no Azerbeijão houve uma catástrofe com a BP (1), em proporções semelhantes àquela que aconteceu, em 2010, nos EUA.

Um exemplo actual deste tipo de prática em Portugal, são as presidenciais uma vez que, em todos os noticiários televisivos e radiofónicos se fala sobre os candidatos e, em toda a imprensa, são dedicados artigos diários sobre as campanhas.
Tendo isto em consideração, não deveriam todos os candidatos serem tratados da mesma forma traduzindo-se isto em, todos terem o mesmo espaço na imprensa e o mesmo tempo de antena na televisão? Porque há uns candidatos que têm mais espaço que outros?
O que é que faz os editores dos jornais optarem por promoverem determinadas investigações científicas em detrimento de outras, porque não se fez o mesmo alarido com o Azerbeijão e os EUA?

Referências
(1) http://www.guardian.co.uk/world/2010/dec/15/wikileaks-bp-azerbaijan-gulf-spill

As empresas têm vida própria?

Na quinta-feira, vários jornais publicaram a notícia a propósito de as empresas não quererem contratar mães trabalhadoras (1)(2)(3)
Pois eu pergunto-me se são as empresas que contratam ou se são as incompetentes das pessoas, responsáveis por este tipo de decisões dentro das empresas que promovem este tipo de discriminação.

As empresas não pensam, as empresas não se organizam, as empresas não decidem nem tomam decisões, as empresas não poluem, não lucram nem tão pouco têm atitudes discriminatórias.
As pessoas que lá trabalham é que fazem tudo isso e, acima de tudo, são os quadros de direcção, os tais que estão em cima de tudo, que são os responsáveis por este tipo de comportamentos destruidores da sociedade e não as empresas.


Referências
(1)http://www.ionline.pt/conteudo/98393-maes-trabalhadoras-tem-cada-vez-menos-oportunidades-em-portugal
(2)http://clix.expresso.pt/empresas-nao-querem-mulheres-com-filhos=f625803
(3)http://www.publico.pt/Sociedade/maes-trabalhadoras-tem-menos-oportunidades-de-emprego-em-portugal_1475097

terça-feira, janeiro 11, 2011

Precisamos de ter mais nascimentos em Portugal


Baby swim
Originally uploaded by Eythor
Portugal, só tem políticos surreais e demagogos. Enquanto estão no Governo tornam o país ainda mais miserável mas, quando saem do poder, até fazem afirmações sensatas. Bagão Félix é mais um destes personagens pois afirmou que "Precisamos de ter mais nascimentos em Portugal" (1).

Ora, como anterior Ministro do Trabalho poderia, ter flexibilizado mais o mercado de trabalho no sentido de facilitar o trabalho part-time, desenvolver estratégias no sentido de aumentar o rendimento disponível uma vez que, os salários de hoje em dia não facilitam a vida em família, pois o dinheiro é uma factor a considerar na decisão de ter filhos, reduzir horários de trabalho, pois com as jornadas intermináveis de trabalho é pouco o tempo para passar com a família e os pais gostam de passar tempo com os filhos.

Depois há outras questões, que são estruturais pois, face às crescentes taxas de divórcio (2), que mulher quer ter filhos para depois os criar sozinha? Quais os custos dos tratamentos de infertilidade e quantos são os casais nessa situação e porque é que essa situação se desenvolve?

Ou seja, no modelo social que vigora actualmente não é nada fácil ter uma vida de família, pois o rendimento disponível é diminuto, as jornadas de trabalho intermináveis, os relacionamentos muito instáveis e também porque a capacidade de reprodução humana é cada vez menor.

Referências:
(1) http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=458825
(2) http://economico.sapo.pt/noticias/numero-de-divorcios-em-portugal-triplica_107420.html

sábado, janeiro 08, 2011

Afinal a queda dos pássaros é devido à internet?


Red Wing Blackbird Sings
Originally uploaded by vidular
1º - Se procuras uma explicação ou teorias da conspiração, podes parar aqui.
2º - Andam a chover aves e, não pássaros, o que é bem diferente

As massas com certeza já saberão que tordos, rolas e corvos andam a substituir os pingos de água que caem do céu e, os “cientistas” dizem que foi do fogo de artifício, ou das linhas de alta tensão.(1)
Sendo assim, isso acontece em todas as passagens de ano? Se é das linhas de alta tensão, então as mortes em massa não deveriam acontecer de forma constante? Não seria de esperar que isto acontecesse em mais locais onde existem tordos? Porquê especificamente naquele local?
Vá lá que no caso europeu, corvos na Suécia e rolas em Itália, ainda permanece um mistério não tendo sido apresentadas quaisquer razões.(2)

Depois há também os casos dos peixes brasileiros, dos sáveis (sem olhos) da Nova Zelândia dos peixes americanos e dos caranguejos britânicos, nestes casos, o Público com o seu título sensacionalista (3), avança que é do frio embora o conteúdo revele uma história diferente mas, o que é que fica mesmo na cabeça?
É estranho no Brasil ser do frio, visto que ao estar localizado no hemisfério Sul, na terra do Samba, é tempo de calor, o que não impede que o Rio de Janeiro esteja a ser assolado por valentes tempestades.
Posto isto, ao pesquisar a imprensa brasileira (4) ou mesmo lendo o artigo do Público fala-se em produtos químicos no Paraná, que é bem diferente de frio.
Na Nova Zelândia, em Coromandel, as causas ou são desconhecidas (5) ou como o Department of Conservation avança, sáveis gorduchos morreram à fome (6) ainda assim, a imprensa revela um detalhe interessante, os peixes não tem olhos (5) (6).
Nos EUA, em Maryland diz-se que a morte de dois milhões de peixes deveu-se a uma queda abrupta da temperatura (7). Pergunto-me se será a primeira vez desde o surgir da imprensa, que se verifica uma queda abrupta de temperatura…
Por fim, no Reino Unido e esta sim, já me faz algum sentido, os caranguejos, morreram mesmo devido ao fio (8), fenómeno que se tem verificado nos últimos três anos. Mas fica à pergunta, porque é que só há três anos atrás se passou a verificar tal fenómeno?

Portanto, a chuva de aves permanece um mistério e não devido ao buzz que se gerou na rede uma vez que em relação aos seres aquáticos, apesar do buzz, há algumas justificações sensatas. Os caranguejos britânicos poderão mesmo ser do frio e os peixes brasileiros dos poluentes na água. Já os peixes neo-zelandeses permanecem um mistério e os peixes norte-americanos também, pois não compro a versão oficial.
Por fim deixo-te aqui a referência de um mapa, para que facilmente vejas onde estes casos acontecem.

Referências
(1) http://aeiou.visao.pt/fotos-continuam-a-chover-passaros=f584773

quinta-feira, janeiro 06, 2011

Price skimming e a desnatação do mercado da saúde


chemo? no thanks!
Originally uploaded by limowreck666
O price skimming é uma estratégia utilizada pelas empresas que consiste em fixar um preço muito alto para um dado serviço/bem de forma a que só as pessoas com mais rendimentos o possam adquirir e, à medida que se vai massificando, os preços vão sendo reduzidos tornando-se assim um produto de massas veja-se, como exemplos recentes, os sistemas GPS e os televisores plasmas.

Esta estratégia tornou-se um fenómeno que hoje em dia se pode observar no mercado da saúde da seguinte forma: no passado havia doenças que eram as doenças dos ricos e que estavam intimamente relacionadas com a alimentação, pois eram os ricos quem, por exemplo, podiam consumir muita carne, enquanto que os que não tinham tantos recursos ficavam privados desse alimento. Nos dias de hoje, em que a alimentação superabundante está acessível a todos, observa-se que as maleitas relacionadas com a alimentação já afectam todos os estratos sociais pois a alimentação rica em gordura e açúcares é comum, devido ao seu baixo preço, a todos os estratos sociais.

Desta forma o price skimming, é um fenómeno que, em termos conceptuais se, verificou na massificação da doença mas é importante ressalvar que nos processos de “cura”, apenas as pessoas com mais rendimentos têm acesso às terapias mais avançadas, verificando-se assim um price skimming no mercado das terapias.

Nota: Eu não considero que o price skimming na saúde, tenha sido uma estratégia que um conjunto de pessoas tenha introduzido neste mercado mas sim que, em termos do conceito pode-se constatar que se verificou.

segunda-feira, janeiro 03, 2011

A Ensitel e os problemas da teimosia


Maria João Nogueira deixou de escrever, no seu blog, sobre a Ensitel durante quase um ano (15/10/2009 até 22/08/2010), e limitava-se a relatar o seu descontentamento, plenamente justificado, na forma como foi tratada pela empresa.

Se fosse uma boa empresa, qualquer post que a bloguista escrevera não teria levantado o alarido que levantou, tendo suscitado um processo por difamação no qual, a empresa exigia que Maria João apagasse os posts.

É um verdadeiro descaramento! A senhora já se ia esquecendo da situação (o tribunal já havia decido em Maio de 2009) mas, os senhores da Ensitel lembraram-se, mais de um ano depois, de a privar da sua liberdade de expressão. Acontece que tiveram falta de sorte pois acabaram por aparecer bem manchados nos media de massa e, para além de terem movido os portugueses virtuais perderam não só a cliente, como muitos mais que ficaram a saber da história.

Vá lá que atinaram, retirando a acção contra a valente Maria João.

Por fim, no meio de tudo isto, é importante realçar que:
houve uma tentativa de impedir a liberdade de expressão
a justiça portuguesa e as suas leis são surreais e funcionam apenas a favor dos endinheirados(1) (2)
as grandes empresas vão continuar a menosprezar os clientes particulares, como é prática em Portugal

domingo, janeiro 02, 2011

A racionalidade das portagens portuguesas


Sequência improvável
Originally uploaded by Manarte
Uma vez que são introduzidas máquinas nas portagens e despedem-se funcionários (1), os custos baixam, certo? Ou seja devíamos pagar menos nas portagens de acordo?. Mas, na verdade vai se verificar o contrário, as portagens vão aumentar (2) diz-se que sobretudo devido ao IVA (2%). Mas, uma vez que se despede tanta gente, não podia a Brisa, no mínimo absorver a subida do IVA?

Referências
(1) http://www.ionline.pt/conteudo/90055-brisa-reduz-200-300-portageiros-mas-afasta-mais-cortes-em-2011
(2) http://economico.sapo.pt/noticias/portagens-aumentam-22-em-2011_107827.html