Os artesãos que comercializam produtos confeccionados à sua maneira vão ser liquidados.
A solução final vem aí. Com a lei, as polícias, os inspectores, os fiscais, a imprensa e a televisão. Ninguém, deste velho mundo, sobrará. Quem não quer funcionar como uma empresa, quem não usa os computadores tão generosamente distribuídos pelo país, quem não aceita as receitas harmonizadas, quem recusa fornecer-se de produtos e matérias-primas industriais e quem não quer ser igual a toda a gente está condenado.
Estes exércitos de liquidação são poderosíssimos: têm estado-maior em Bruxelas e regulam-se pelas directivas europeias elaboradas pelos mais qualificados cientistas do mundo; organizam-se no governo nacional (…) e agem através do pessoal da ASAE, a organização mais amada e falada e odiada do país, mas certamente a mais amada pelas multinacionais da gordura, pelo cartel da ração e pelos impérios do açúcar.
(…) Vender, nas praias ou nas romarias, bolas-de-berlim ou pastéis de nata que não sejam industriais e embalados? Proibido
(…) Embrulhar castanhas assadas em papel de jornal? Proibido
(…) Vender bolos, empadas, rissóis, merendas e croquetes caseiros é proibido. Só industriais.
Excertos do artigo de opinião Eles estão doidos! de António Barreto, publicado no Público de 25.11.2007
A solução final vem aí. Com a lei, as polícias, os inspectores, os fiscais, a imprensa e a televisão. Ninguém, deste velho mundo, sobrará. Quem não quer funcionar como uma empresa, quem não usa os computadores tão generosamente distribuídos pelo país, quem não aceita as receitas harmonizadas, quem recusa fornecer-se de produtos e matérias-primas industriais e quem não quer ser igual a toda a gente está condenado.
Estes exércitos de liquidação são poderosíssimos: têm estado-maior em Bruxelas e regulam-se pelas directivas europeias elaboradas pelos mais qualificados cientistas do mundo; organizam-se no governo nacional (…) e agem através do pessoal da ASAE, a organização mais amada e falada e odiada do país, mas certamente a mais amada pelas multinacionais da gordura, pelo cartel da ração e pelos impérios do açúcar.
(…) Vender, nas praias ou nas romarias, bolas-de-berlim ou pastéis de nata que não sejam industriais e embalados? Proibido
(…) Embrulhar castanhas assadas em papel de jornal? Proibido
(…) Vender bolos, empadas, rissóis, merendas e croquetes caseiros é proibido. Só industriais.
Excertos do artigo de opinião Eles estão doidos! de António Barreto, publicado no Público de 25.11.2007
Sem comentários:
Enviar um comentário