sábado, novembro 28, 2009

Alimentos modificados


Triple Wheat.
Originally uploaded by BamaWester
O debate sobre os organismos geneticamente modificados (OGM) ultrapassam a barreira das questões de saúde, embora Pusztai (1999) tenha publicado um estudo que realça problemas com batatas OGM, esta questão não será aqui abordada.

Há duas questões importantes sobre estes organismos: a redução da biodiversidade e o controlo de sementes. A redução da biodiversidade é um assunto que resulta do facto de as culturas serem cada vez mais de apenas uma espécie, por exemplo o milho mais cultivado no mundo é o zea mays, as espécies de trigo mais cultivadas no mundo são o tricum aestivum e o tricum durum. Esta monodiversidade torna as plantas mais susceptíveis a pestes, doenças e pequenas variações das condições ambientais pois elas são todas iguais e portanto se uma morre, todas morrem. Se houvessem diferentes espécies presentes numa determinada área e algumas morressem, aquelas que tivessem mais aptas iriam sobreviver e reproduzirem-se.

O controlo das sementes é um outro assunto muito importante que se levanta nesta abordagem. A modificação sementes requer investimentos substanciais em I&D e quando as sementes estão prontas a ir para o mercado são patenteadas, tornando-se propriedade das empresas de biotecnologia. Tradicionalmente os agricultores guardam as sementes de uma colheita para a outra mas, devido à propriedade intelectual inerente às sementes transgénicas, os agricultores não podem guardar as sementes para a próxima colheita e têm de as comprar às empresas proprietárias.

Assim, os dois assuntos importantes aqui abordados foram a redução da biodiversidade que torna as plantas mais susceptíveis às condições ambientais e a questão do controlo de sementes que torna as empresas de biotecnologia, os bancos de sementes, tornando os agricultores e nós dependentes deles.

Referência:
Pusztai, A; Ewen, S W B; (1999), Effect of diets containing genetically modified Galanthus nivalis lectin on rat small intestine, Lancet 354, 1353-1354

sábado, novembro 21, 2009

Substitutos da carne

Uma caneta pode, de certa forma substituir um lápis, um chinelo, de certa forma, pode substituir um sapato mas na verdade não são substitutos. Quando um não vegetariano se depara com um vegetariano a questão dos substitutos da carne e do peixe acaba sempre por surgir. Contudo, na minha perspectiva, nada pode verdadeiramente substituir o valor nutricional da carne nem o seu papel em pratos tradicionais. As dietas omnívoras são marcadamente diferentes das dietas vegetarianas e há outras fontes das quais os vegetarianos podem obter as suas proteínas.

A questão do substituto nem se quer devia ser levantada, não se deve simplesmente substituir um hambúrguer, por um hambúrguer vegetariano e adoptar uma dieta de substituição. Eu defendo que os vegetarianos devem procurar variar a sua dieta e explorar a diversidade da cozinha vegetariana em vez de se cingirem á procura dos substitutos. É a diversidade que fará as refeições mais deliciosas e, se os não vegetarianos se juntarem a esta aventura da diversidade, a estes também a variedade lhes trará imensos benefícios. É esta a diversidade que fará com ambos os grupos se mantenham afastados de deficiências nutricionais.

domingo, novembro 15, 2009

Liberto dos media


Swamp TV.
Originally uploaded by James Good
Deixei de ver televisão há muito tempo, embora veja uma ou duas séries de vez em quando mas, não ligo a televisão apenas para passar o tempo ou para ver as notícias. Eu sinto que a televisão tem um efeito estupidificante em mim e reduz a minha capacidade de pensar criticamente. De qualquer forma são poucos os programas interessantes que passam na televisão. Desta forma optei pela rádio, internet e a imprensa escrita: revistas informativas e jornais.

Eu costumava ouvir meia hora de rádio apenas para ouvir três minutos de notícias mas comecei a perceber que era um desperdício de tempo. Isto porque nessa meia hora não havia rigorosamente nada de interessante. Desta forma lembrei-me dos podcasts.

Assim, regressei aos podcasts, pois posso escolher programas interessantes que quero ouvir. Eu descarrego e depois oiço durante a manhã o que é muito mais interessante e nessa meia hora, passo a ouvir programas úteis. A outra forma que optei para me manter actualizado é através de RSS feeds e a imprensa escrita.

Contudo, é extremamente importante realçar que ainda assim, os media que escolhi tem sobretudo lixo.

Eu não me quero tornar completamente liberto dos media, mas não quero desperdiçar o meu tempo. Há fontes de notícias interessantes, apenas é necessário ir à procura das mesmas.